Manifestações
populares no Brasil
Em razão dos atos de rua ocorridos no Brasil
em 2013, as manifestações populares da História do Brasil podem ser utilizadas
como tema dos vestibulares.
Como em 1992, parte da juventude brasileira pintou o rosto
com as cores da bandeira para fazer suas reivindicações.
No primeiro semestre de
2013, uma série demanifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de
cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução
das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um
número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência
policial aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para
garantir os direitos de livre manifestação.
Em virtude da grande
repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos meios de
comunicação de massa, é possível que elas sejam utilizadas como ponto de
partida para avaliar o vestibulando, possivelmente testando seus conhecimentos
em relação a outras grandes manifestações que ocorreram na história do Brasil.
E isso pode ocorrer tanto nas provas de história quanto nas redações dos
vestibulares e do Enem.
Fazendo uma
retrospectiva histórica, podemos perceber na história brasileira que algumas
manifestações conseguiram alcançar seus objetivos após reunirem milhares de
pessoas.
Em 1992, grandes
manifestações ocorreram nas ruas do Brasil pedindo o impeachment do
ex-presidente Fernando Collor de Mello. Frente aos fortes
indícios de corrupção em seu governo, a juventude conhecida pedia a saída do presidente,
que havia sido o primeiro eleito por voto direto após o fim da ditadura
civil-militar. Esses jovens ficaram conhecidos como “Caras Pintadas”,
pelo fato de pintarem em seus rostos pequenas faixas com as cores da bandeira
do Brasil. Após forte pressão popular, Collor pediu a renúncia do cargo,
assumindo em seu lugar o vice-presidente Itamar Franco.
Quando não alcançaram
os objetivos pretendidos, as manifestações proporcionaram um debate sobre a
situação política do país e estimularam a participação política de um número
maior de pessoas. Foi o caso da campanha pelas “Diretas Já!”, iniciada a
partir de 1983. O objetivo do movimento era a provação de uma lei que
possibilitasse a eleição direta para Presidente da República. O país ainda
vivia os últimos anos da ditadura civil-militar, o que não impediu que milhares
de pessoas saíssem às ruas para participar de comícios e exigir a abertura
democrática, depois de anos de controle político por parte das Forças Armadas.
Apesar da pressão, a lei não foi aprovada e o presidente posterior foi ainda
eleito de forma indireta pelo Colégio Eleitoral. Apesar dessa derrota, um novo
cenário político abriu-se ao país, com uma maior liberdade de participação
política.
Na década de 1960, o
conturbado contexto político também gerou manifestações nas ruas. Durante o
governo de João Goulart, havia uma intensa polarização política no Brasil entre
os que apoiavam seu mandato de presidente e os que lutavam por sua saída. O
estopim para o fim de seu governo ocorreu no mês de março de 1964. Após a
realização de um comício na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde
aproximadamente 150 mil pessoas escutavam o presidente e seus apoiadores a
defender as Reformas
de Base, as forças políticas ligadas aos setores
conservadores da sociedade iniciaram uma série de manifestações contra o
presidente.
Essas manifestações
eram denominadas como “Marcha
da Família, com Deus, pela Liberdade” e levaram às ruas
centenas de milhares de pessoas que se opunham ao pretenso comunismo de João
Goulart. Na verdade, elas opunham-se às reformas que poderiam ter subtraído
parte do poder econômico das classes dominantes do país. Essas marchas foram o
argumento necessário aos militares para derrubarem o presidente, afirmando ter
apoio popular para isso. Esse é um exemplo de uma manifestação que contribuiu
para que a participação política fosse restrita, abrindo caminho para uma
ditadura militar.
Outras manifestações de
rua ocorreram na história do Brasil em diversos momentos. Cabe ao vestibulando,
caso seja um tema presente nas provas, conhecer o contexto e os motivos que
levaram as pessoas às ruas, principalmente suas reivindicações, bem como os
desdobramentos dessas ações na história do Brasil. Essas observações têm por
objetivo auxiliar o vestibulando na interpretação dos textos que podem ser
expostos nas questões e redações, mas cabe ao candidato um estudo do contexto
histórico que motivou essas manifestações políticas e sociais.
Fonte: Brasil Escola
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