Era Napoleônica
A Era Napoleônica tem inicio após o Golpe de Estado do 18 Brumário, que foi o que marcou o final do processo revolucionário na França.
Napoleão Bonaparte
é considerado, para muitos franceses, o governante mais bem-sucedido da
história da França. Algumas pessoas dizem que ele foi tão bem-sucedido devido
sua habilidade como estrategista, seu espírito de liderança e seu talento para empolgar os
soldados com promessas de glória e riqueza após cada vitória.
Consulado (1799-1804)
Império (1804-1814)
Governo dos Cem Dias (1815)
Consulado
(1799-1804)
Este período se caracterizou pela recuperação
econômica e pela reorganização jurídica e administrativa na França.
O governo do consulado foi instalado depois da queda do Diretório.
O consulado possuía caráter republicano e militar. No poder Executivo, três
pessoas eram responsáveis: dois cônsules e o próprio Napoleão. Apesar da
presença de outros dois cônsules, quem mais dispunha de influência e poder era
o próprio Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.
No consulado, a burguesia detinha o poder e assim, foi consolidada com o
grupo central da França. A forte censura à imprensa, a ação violenta dos órgãos
policiais e o desmanche da oposição ao governo colocaram em questão os ideais
de “liberdade, igualdade e fraternidade” características da Revolução Francesa.
Entre os feitos de Napoleão (na época), podemos citar:
Economia – Criação do Banco da França, em 1800, controlando a emissão de moeda e a inflação; criação de tarifas protecionistas, fortalecendo a economia nacional.
Religião – Elaboração da Concordata entre a Igreja Católica e o Estado, o qual dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero.
Direito – Criação do Código Napoleônico, representando em grande parte os interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei, etc.
Educação – Reorganização e prioridades para a educação e formação do cidadão francês.
Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício, em 1802.
O governo do consulado era
republicano e controlado por militares, onde três cônsules chefiavam o poder
executivo (Napoleão, Roger Ducos e Sieyés), mas como Napoleão foi eleito
primeiro-cônsul da república era ele quem realmente governava. Apesar do cunho
democrático criado pela nova constituição, era ele quem comandava o exército,
propunha novas leis, nomeava os membros da administração e controlava a política externa.
Durante o governo do consulado as oposições foram aniquiladas, a alta
burguesia consolidou-se e os projetos de emancipação dos setores
populares foram sufocados.
Com os resultados obtidos neste período Napoleão foi nomeado cônsul
vitalício em 1802, devido ao apoio das elites francesas, que estavam
entusiasmadas com os avanços.
O Código
Napoleônico (no original, em francês, Code Civil des Français, mas
comumente referido como Code Civil ou Code Napoléon) é o código civil francês
outorgado por Napoleão
Bonaparte e que entrou em vigor a 21 de março de 1804.
Aprovado legalmente três dias depois, o livro reúne as leis ligadas ao direito
civil, penal e processual a serem observadas pelo povo francês. Grande parte do
código, em especial os artigos que tratam do
direito privado e do direito das obrigações permanece em vigor na França, neste
que é certamente a contribuição mais duradoura de Napoleão para a história.
A criação deste código tinha por objetivo reformar o sistema legal francês, seguindo os
princípios da Revolução de 1789.
Antes do Código outorgado por Napoleão, a França não tinha um único conjunto de
leis, estas eram baseadas em costumes locais, havendo frequentes isenções e
privilégios dados por reis ou senhores feudais. O novo código eliminou os
privilégios dos nobres, garantiu a todos os cidadãos masculinos a igualdade perante a lei,
separou Igreja e Estado, legalizou o divórcio, além de dividir o direito civil
em duas categorias: o da propriedade e o da família, e de codificar diversos
ramos do direito ainda organizados em documentos esparsos.
Seu conteúdo está organizado em quatro seções:
Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em
geral (artigos 1 a 6);
Livro Primeiro: Das pessoas (artigos 7 a 515);
Livro Segundo: Dos bens e das diferentes modificações da propriedade
(artigos 516 a 710);
Livro Terceiro: Dos diferentes modos de adquirir a propriedade (artigo
711 a 2302)
Até o século XVIII, outras
compilações de códigos legais já haviam surgido tanto no ocidente quanto no
oriente. Cabe ao Código Napoleônico, porém, a primazia de organizar as leis e
distribuí-las em um sistema metódico e de apresentação bastante prática. Sua
composição é inspirada nas leis romanas e francesas, além do Corpus Juris
Civilis(Corpo de Leis Civis), criado em 534 pelo imperador bizantino Justiniano
I. Ele é ainda considerado a concretização de dois ideais do pensamento Iluminista: fazer com que as leis fossem
submetidas a uma ordenação determinada pela razão (desejo de Montesquieu) e obra de um déspota ilustrado
(como esperava Voltaire).
Napoleão sabia que tentativas
anteriores realizadas em outros países europeus de implementar um código
unificado de leis não foram bem-sucedidas, dado à resistência tanto da
população e dos magistrados. Para garantir a adoção desse sistema por ambos,
foi necessária a imposição de forte censura à imprensa e a organização de uma
força policial eficiente para cumprir as determinações do imperador nas
cidades. Ironicamente, tais medidas anti-democráticas, mais semelhantes às
políticas feudais do que as ideias trazidas com a Revolução permitiram à França
tornar-se o primeiro país a ter um efetivo sistema de leis escrito.
O Império foi implantado
definitivamente após a mobilização da opinião pública. Em 1804 foi realizado um
plebiscito, onde foi reestabelecido o regime monarquico e a indicação de
Napoleão ao trono. Em 2 de Dezembro foi oficializado Napoleão I, na Catedral de
Notre Dame.
Napoleão liderou uma série de guerras, expandindo o domínio francês. Em
algum tempo o exército francês se tornou o mais poderoso da Europa. Os ingleses
preocupados com o poderio francês, formaram coligações internacionais contra o
expansionismo francês.
Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada.
Decorrente deste fato o governo Napoleônico tentou enfraquecer a Inglaterra
outras formas. Em 1806 decretou o Bloqueio Continental, o qual dizia que
todos os países da Europa deveriam fechar seus portos ao comércio inglês. Mas
este decreto não surtiu o efeito esperado, pois a França não conseguia
abastecer todo o mercado da Europa.
A Rússia tinha aderido a esse
decreto após um acordo com a França (Paz de Tilsit), mas como era um país
essencialmente agrícola e estava enfrentando uma grave crise econômica viu-se
obrigado a abandonar o Bloqueio Continental.
Em vingança a decisão do Czar Alexandre I, o governo napoleônico decidiu
invadir a Rússia em 1812.
Os generais acostumados com
grandes vitórias conduziam suas tropas pelo imenso território russo, enquanto
as tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que
servisse aos invasores. Em Moscou as tropas russas começaram a enfrentar as
tropas francesas que estavam mal-alimentadas e desgatadas, devido isso Napoleão
não teve outra escolha a não ser em ir embora.
A desastrosa campanha militar na
Rússia encorajou outros países europeus a reagirem contra a supremacia francesa.
Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e
prussianos tomaram Paris e capturaram Napoleão enviando-o para a Ilha de Elba.
O trono francês foi entregue a Luís XVII.
Napoleão conseguiu fugir da Ilha de Elba e voltar a França em março de
1815. Ele foi recebido em Paris como herói e com gritos de “viva o imperador!”,
ele se instalou no poder, obrigando a família real a fugir, mas a sua
permanência no poder durou apenas cem dias.
A coligação militar da Europa
se reorganizou e derrotaram definitivamente Napoleão na Batalha de Waterloo.
Napoleão foi mandado para a Ilha de Santa Helena, onde ficou até sua morte.
O IMPERIALISMO, SÉCULO XIX
Imperialismo é
a política de
expansão e o domínio territorial, cultural e econômico de
uma nação sobre
outras, ou sobre uma ou várias regiões geográficas.
O imperialismo contemporâneo pode ser
também denominado como neocolonialismo,
por possuir muitas semelhanças com o regime vigorado entre os séculos XV e XIX,
o colonialismo.
Esta prática está registrada na história da humanidade através
de muitos exemplos de impérios que se desenvolveram e, em muitos casos, foram
aniquilados ou substituídos por outros. No entanto, o conceito, derivado de uma
prática assente na teoria econômica, só surgiu no início do século XX.
É, sobretudo, aceito que o colonialismo moderno
é uma expressão do imperialismo e que não pode existir sem o segundo.
A palavra imperialismo tornou-se comum no Reino Unido na
década de 1870 e foi usado com uma conotação negativa. Na Grã-Bretanha, a
palavra até então tinha sido principalmente usada para se referir à política de Napoleão III de obtenção de opinião
pública favorável na França através de intervenções militares fora do país.
O conceito de imperialismo
No final do século XIX e
começo do século XX, a economia mundial viveu grandes
mudanças. A tecnologia da Revolução Industrial aumentou ainda
mais a produção, o que gerou uma grande necessidade de mercado consumidor para
esses produtos e uma nova corrida por matérias primas.
A concepção de neo-imperialismo foi realizada
por economistas ingleses e franceses no início do século XIX. Este conceito
constituiu-se em duas características fundamentais: o investimento de capital
externo e a propriedade econômica monopolista.
“Um
país imperialista era um país que dominava economicamente o outro”, e desse
modo a capitalização das nações imperialistas gradativamente se ampliava, assim
como a "absorção" dos países dominados pelos monopólios, mão-de-obra barata
e abundante e mercados consumidores, levavam ao ciclo do novo colonialismo,
que é o produto da expansão constante do imperialismo.
Os países imperialistas dominaram muitos
povos de várias partes do planeta, em especial dos continentes africano e asiático.
Porém, a maior parte dos capitalistas e da população desses países se
sobrepunham tendo como afirmativa que suas ações eram justas e até benéficas à
humanidade em nome da ideologia do progresso. Dessa forma, tinham 3 visões
explicativas: o etnocentrismo,
baseado na ideia de que existiam povos superiores a outros (europeus superiores
a asiáticos, indígenas e africanos, exemplos clássicos), da mesma
forma o racismo e
o darwinismo social que interpretava a teoria da evolução de uma forma errônea,
afirmando a hegemonia de alguns sobre outros pela seleção natural.
Assim, no final do século XIX e o começo do
século XX, os países imperialistas se lançaram numa corrida por matéria-prima,
mercados consumidores e países com uma fragilidade política, com o intuito de
colonizar, o que desencadeou rivalidade entre os mesmos e concretizou o principal motivo da Primeira Guerra Mundial, dando princípio à
“nova era imperialista".
Liberalismo e imperialismo
O primeiro estudo sistemático do
imperialismo surgiu em 1902 com "Imperialismo", do autor inglês John Hobson,
para quem o fenômeno se devia à acumulação de capital excedente que devia ser
exportado. Seriam motivações importantes do expansionismo a busca de novas
fontes de matérias-primas e de mercados. A originalidade da obra de Hobson
consiste em atribuir ao imperialismo raízes econômicas, o que forneceu as bases
para a interpretação marxista.
Na década de 1950, as alterações às
políticas econômicas de Taiwan transformou a ilha em uma tecnologia orientada a
economia desenvolvida industrializados, após um período de altas taxas de
crescimento e rápida industrialização. Na China continental, na década de 1970,
as reformas conhecida como Quatro Modernizações melhoria da agricultura,
indústria, tecnologia e defesa, elevando os padrões de vida e tornando a RPC
uma das grandes potências.
Para o economista Joseph
Schumpeter, que em sua obra mais conhecida, "Capitalism,
Socialism and Democracy" (1942), conclui que o capitalismo acabaria
por esgotar-se e dar lugar a alguma forma de controle centralizado da economia,
e que a política imperialista não tem relação com a natureza do capitalismo,
que é pacifista em essência. O expansionismo se deve a um impulso atávico de
luta, remanescente em estruturas e camadas sociais pré-capitalistas, que
dependem para sua sobrevivência de guerras e conquistas.
África do Sul, Guerra dos Bôeres
Nos finais do século XIX,
a África do Sul estava dividida nas
repúblicas bôeres e nas colônias britânicas do Cabo e
do Natal. Com a descoberta de minas de diamante na
região, o Reino Unido decidiu dominar e explorar esse território, o que deu
início às Guerras dos Bôeres. O Reino Unido ganhou a Segunda Guerra dos Bôeres e
consequentemente o domínio efetivo do território, sob promessa de autonomia, o
que deu origem à União Sul-Africana.
Índia, Revolta dos Cipaios, Gandhi e Imperialismo Britânico
A Índia foi
mais um país afetado pelo Imperialismo Britânico, que impôs através da
formalidade o domínio militar e cultural através da justificativa do Darwinismo
Social e do Eurocentrismo (Europa como centro do mundo e cultura superior às
outras).
Com o fim de acabar com o imperialismo
britânico na Índia a população fez a Revolta dos Cipaios, em que nacionalistas
indianos apoiados pela população local e pelo exército da Índia reivindicavam o
direito indiano à liberdade. Mas a revolta foi sufocada pela Inglaterra.
Mais tarde, Mahatma Gandhi propôs uma luta sem armas e
sem sangue derramado através do boicote de vários produtos ingleses.
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A Primeira Guerra Mundial (1914-18)
As causas da guerra.
Um dos principais fatores da eclosão do primeiro grande conflito
mundial foi o choque imperialista entre as grandes potências europeias, ou seja, a disputa por mercados
consumidores e fornecedores. A unificação italiana e alemã contribuiu para a
quebra do equilíbrio europeu, visto que ameaçava os mercados industrias da
França e Inglaterra. Como exemplo, a construção da estrada de ferro
Berlim-Bagdá - unindo a Alemanha aos lençóis petrolíferos do Oriente
Médio - ameaçando a hegemonia britânica na região.
O revanchismo francês, após a guerra Franco-prussiana, bem como os interesses
imperialistas, possibilitaram a formação do chamado Sistema de Alianças - que reuniu
algumas potências européias em dois blocos distintos: Tríplice Aliança, consolidada em 1822, e formada pela Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália; e a Tríplice Entente, surgida em 1907 e composta pela França,
Rússia e Grã-Bretanha.
O pan-eslavismo, defendido pela Rússia, que levava o Império russo a apoiar os
movimentos nacionalistas ocorridos nos Balcãs, tornado a Rússia uma aliada da
Sérvia na luta contra o Império Austrohúngaro.
O nacionalismo da Sérvia serviu de causa
imediata para o início da Primeira Guerra Mundial. Os povos
eslavos da península Balcânica dominados pelos austríacos - região da
Bósnia-Herzegóvina - rebelaram-se, sendo apoiados pelos sérvios. Na capital da
Bósnia, Saravejo, um estudante; pertencente a um organização secreta chamada
Mão Negra, assassinou o arquiduque austríaco Francisco Ferdinando, no dia 28 de
junho de 1914.
Arquiduque Francisco Ferdinando e seu assassino Gavrilo Princip
O Império Austro-húngaro atacou a Sérvia que recebeu apoio da Rússia.
A partir daí, o sistema de alianças funcionou automaticamente:
a Alemanha declarou guerra à Rússia; a França declarou guerra à
Alemanha e, pouco depois, foi a vez da Grã-Bretanha declarar guerra à Alemanha.
As fases da Primeira Guerra.
A Primeira Guerra Mundial apresentou três fases distintas: A primeira
fase da guerra ( 1914/15), foi caracterizada pela movimentação das tropas. O
alemães adotaram o Plano Schlieffen, que consistia num ataque à França, através do território da Bélgica.
A invasão da Bélgica serviu de pretexto para a Grã-Bretanha declarar guerra à
Alemanha.
A principal batalha nesta fase de movimento foi a batalha do Marne, forçando um
recuo das tropas alemãs.
Enquanto isto, na frente oriental o exército alemão não encontrava
dificuldades para enfrentar o exército russo, pouco preparado para a guerra.
Depois da batalha do Marne, a frente ocidental conhece a Segunda fase
da guerra, denominada "guerra suja de trincheiras".
A "guerra de trincheiras" foi uma guerra de posições, onde
cada exército procurava vencer o opositor pelo desgaste. Esta fase provocou o
desenvolvimento da indústria bélica, com o uso de metralhadoras, tanques de
guerra e do avião.
Duas batalhas ilustram esta fase, a batalha
de Somme e a batalha
de Verdun.
No ano de 1917, dois acontecimentos mudaram por completo os rumos da
guerra: a entrada dos Estados Unidos e a saída da
Rússia.
A Rússia saiu da Primeira Guerra Mundial em função da Revolução Bolchevique - que será
analisada adiante; já os Estados Unidos entraram no conflito procurando
garantir seus negócios na Europa. França e Grã-Bretanha eram devedores dos
norte-americanos e, uma possível vitória da Tríplice Aliança poria em risco os
investimentos norte-americanos. Quando os alemães torpedearam navios
norte-americanos, foi declarada guerra à Alemanha.(06/04/1917).
A terceira, e última fase, volta a ser de movimento, marcada pelo
avanço dos aliados e recuo das "potências centrais". Após uma
rebelião popular contra a guerra- acompanhada de uma greve geral- o Kaiser
Guilherme II abdica e, no dia 11 de novembro de 1918 assina o armistício. Com o
fim do II Reich é instalada na Alemanha a República de Weimar.
As alianças durante a guerra.
Os italianos, que inicialmente, estavam na Tríplice Aliança, passaram
para a Tríplice Entente, sob promessas de que receberia territórios na Turquia,
Áustria e colônias da Alemanha; o Império Otomano - dominado pelo turcos -
foram aliados dos alemães, assim como a Bulgária. Japão, Sérvia, Portugal,
Grécia, Romênia e Brasil foram aliados da Tríplice Entente.
OS TRATADOS DE PAZ.
Antes do término da guerra, o presidente dos Estados Unidos, Woodron
Wilson , elaborou uma proposta de paz, conhecida como Programa dos 14 pontos, proclamando
uma paz sem anexações ou indenizações. Determinava a diplomacia aberta, a
liberdade dos mares, a redução das barreiras aduaneiras, amplo desarmamento,
afirmação do princípio da autodeterminação dos povos e a criação da Sociedade das Nações, com o
objetivo de garantir a paz mundial. No entanto, durante a assinatura dos
tratados de paz, os 14 pontos de Wilson foram colocados de lado.
A Conferência de Paris.
Conferência de Paz que tomou as decisões diplomáticas após a primeira
guerra. Ficou estabelecida a Paz
dos Vencedores, marcada pelo espírito revanchista.
Para o vestibulando, o interesse em conhecer mais sobre o conflito está relacionado a duas possibilidades: as ações de intervenção armada dos EUA no Oriente Médio e os conflitos políticos e militares decorrentes do que ficou conhecido como Primavera Árabe.
Começaremos pela segunda possibilidade. A Primavera Árabe foi o nome dado a uma onda de revoltas que ocorreu no Norte da África e Oriente Médio a partir de dezembro de 2010. Apesar de ter iniciado no inverno do Hemisfério Norte, a menção à primavera é feita em alusão à Primavera de Praga, ocorrida em 1968. O evento que iniciou as revoltas que sacudiram – e ainda sacodem – os países das duas regiões foi a imolação de um jovem tunisiano contra o governo de seu país. A partir daí, uma série de revoltas tomou conta dos países, resultando na queda de vários governos, como na própria Tunísia. Mas os casos mais emblemáticos ocorreram no Egito, com o fim do governo de Hosni Mubarak, e na Líbia, com a queda e a morte de Muammar Gadaffi.
A Síria não ficou de fora dessa onda de protestos. Em março de 2011, a população síria saiu às ruas das cidades do país, pedindo o fim do regime político comandado por Bashar Al-Assad. A não aceitação das reivindicações e a repressão efetuada pelas forças militares de Al-Assad aumentaram as tensões políticas, levando a oposição a empreender uma luta armada contra o governo.
Bashar Al-Assad chegou ao poder em 2000, após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, que havia iniciado seu comando no país durante a década de 1970. Os dois representam os alauítas na Síria, uma minoria que professa o islamismo e compõe cerca de 10% da população. A organização política que sustenta o poder dos Al-Assad é o partido Baath, a renascença, que tem como parte de sua doutrina o nacionalismo árabe e o anti-imperialismo. Essa postura levou o país a se opor às políticas dos EUA no Oriente Médio, como também às ações do Estado de Israel, país que havia tomado do estado sírio as colinas de Golã, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.
Bashar
Al-Assad pretendeu em seu governo iniciar medidas de abertura política, como a
libertação de presos políticos, mas que se mostraram muito limitadas. Com a
manutenção de limitações à participação política da população, os eventos da
Primavera Árabe insuflaram a oposição ao regime. A luta iniciou-se pelos
direitos de autodeterminação do povo sírio. Porém, os desdobramentos dos
conflitos militares entre as forças de oposição e as forças militares do
governo de Al-Assad passaram a envolver uma série de países, com interesses na
Síria e no Oriente Médio.
Os países ocidentais, principalmente os EUA, França e Reino Unido, declararam apoio às forças de oposição, denominadas pela imprensa de forças rebeldes. Elas estão organizadas principalmente na Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias (CNSOFR), formada por diversas organizações. O governo dos EUA inclusive chegou a reconhecer, em dezembro de 2012, a CNSOFR como representante legítima da Síria, pretendendo deslegitimar o governo de Al-Assad, e criou ainda o Grupo de Apoio Sírio (Syrian Support Group, SSG, em inglês), uma entidade destinada a angariar recursos financeiros e apoio não letal para apoiar o Exército Livre Sírio (ELS), a principal organização da CNSOFR.
O ELS foi formado principalmente por desertores das Forças Armadas Sírias, que passaram para a oposição ao regime. Porém, especialistas apontam um grande número de mercenários que combatem no ELS, contratados principalmente pela empresa de segurança estadunidense Acadmi (antiga Blackwater), que conta com antigos combatentes das guerras nos Balcãs, Afeganistão e Iraque, por exemplo.
Mas há também na Coalização forças ligadas a grupos islâmicos, cujos guerreiros, os mujahidin, estariam combatendo pelo jihad, a guerra santa muçulmana. Os grupos islâmicos estão organizados na Frente Síria de Libertação Islâmica, próximos à Irmandade Muçulmana; a Frente Islâmica Síria, que defende a instalação de um Estado teocrático no país; e a Frente Al-Nusra, ligada à Al-Qaeda e cujo objetivo é formar um novo califado islâmico no Oriente Médio.
Existem ainda grupos curdos que atuam no norte do país e buscam a soberania em relação à Síria.
O impasse dos EUA em dar apoio armado mais consistente aos chamados rebeldes ocorre justamente pelo receio de armas caírem nas mãos das forças islâmicas contrárias aos estadunidenses. Tal situação poderia levar a uma continuidade da guerra mesmo após a queda de Al-Assad. Por outro lado, Al-Assad afirma que o apoio dos EUA à oposição é uma forma de fortalecer a própria Al-Qaeda.
A
similitude com os demais países que tiveram manifestações da Primavera Árabe
manifesta-se na Síria com a interferência de outros países na resolução dos
conflitos. Foi o apoio das forças ocidentais que levaram à queda de Gadaffi,
por exemplo. Além dos EUA, apoiam os opositores sírios de Al-Assad a Turquia,
Reino Unido, França, Arábia Saudita, Qatar e Israel. O apoio desses países
acontece de várias formas, principalmente através do envio de armas e na
facilidade de transporte delas através das fronteiras.
Apesar do isolamento do governo sírio, fortalecido após o apoio dado ao grupo islâmico libanês Hezbollah, em 2008, Al-Assad tem sido defendido pela Rússia, China, além do Irã, Líbano e Iraque.
A referência ao último país serve de gancho para falarmos sobre a segunda possibilidade de como o caso sírio pode ser retratado no vestibular. Pelo que foi exposto acima, a situação de intervenção dos EUA e países europeus no conflito traz à lembrança as invasões organizadas após o 11 de setembro de 2001, no Afeganistão e no Iraque. O fracasso na tentativa de troca de governos nesses países é latente, sendo que no Afeganistão o conflito ainda se desenrola, mais de dez anos após seu início, e com sérios reveses para os EUA.
EUA e Reino Unido pretendem não cometer o mesmo erro ocorrido com o Iraque, quando invadiram o país sem aval da ONU e utilizaram a argumentação de que Saddam Hussein detinha armas de destruição em massa, o que se mostrou como uma informação falsa pouco tempo depois. A tentativa de comprovação de uso de armas químicas, com gás sarín, por parte do exército de Al-Assad, em 21 de agosto de 2013, é um exemplo de como o governo de Barack Obama tenta justificar um ataque aéreo à Síria. Sem a comprovação, não há como acusar o governante sírio de crime contra a humanidade, única forma de obter o aval da maioria dos países da ONU para o ataque à Síria.
Argentina, Cristina Kirchner
Retomando o seu processo de chegada ao poder, não podemos deixar de destacar como a ingerência norte-americana no território cubano fez de Fidel um entrave à total hegemonia política e ideológica almejada pelos Estados Unidos. Desde o processo de sua independência até o golpe de 1959, os Estados Unidos tinham Cuba como um verdadeiro quintal de sua “hegemonia”. Além de se beneficiarem com a subserviência política dos governantes locais, muitos estadunidenses tinham a ilha como um local propício para o turismo e o lazer.
Inconformado com um país onde havia desigualdade social e prosperidade da economia agroexportadora, Fidel tentou durante toda a década de 1950 criar um grupo de revolucionários interessados em tomar o poder por meio das armas. Durante os três anos de exílio no México, onde conheceu Ernesto “Che” Guevara e formou uma nova guerrilha, Fidel retornou à ilha de Cuba disposto a executar seu plano golpista. Entrando em combate com o Exército, Fidel recuou seus homens e se dirigiu ao interior, na região da Serra Maestra.
Utilizando uma tática militar descentralizada, pequenos grupos se formaram gradativamente tomando de assalto regiões e cidades de Cuba até que, em 1959, o governo de Fugêncio Batista sucumbiu às forças revolucionárias formadas nesse período. Sem uma clara definição política perante à bipolarização ideológica do período, o novo governo cubano não tinha ainda um projeto político muito bem definido. Porém, conforme as medidas de caráter popular (como a nacionalização das empresas, a reforma agrária e a concessão de crédito a pequenos produtores) foram postas em prática, esse período de indecisão política chegava ao seu fim.
Contrários a essa política, os Estados Unidos buscaram de todas as maneiras reverter as reformas populares de Fidel. Com a impassividade do governo cubano, os EUA decidiram romper suas relações em 1961. Cuba, que dependia do mercado norte-americano, se aliou aos socialistas soviéticos. A União Soviética, dessa forma, manchou a hegemonia dos Estados Unidos no continente americano. Che Guevara, que não simpatizava com a influência soviética, se afastou do governo cubano. A partir daí, Fidel Castro consolidou um governo unipartidário e voltado à ampliação de seus poderes.
A queda do socialismo soviético, na década de 1980, provocou uma séria guinada na situação cubana. Mesmo tentando sanar as questões referentes ao abastecimento, à saúde e à educação, Fidel teria que remanejar uma economia desvinculada do maciço apoio soviético. Com isso, o governo cubano foi obrigado a investir no setor turístico e permitir a entrada de recursos de cubanos residentes no exterior. Nos últimos anos, acordos bilaterais com o governo da Venezuela trouxeram uma relativa superação dos problemas vividos no final do século XX.
Cercado por polêmicas e divergências a era Fidel Castro traz à tona um debate figurado pelas contradições de seu regime. Muitos apontam que a perseguição política e a miséria são os pontos que fazem de seu governo uma experiência frustrada que motivou as constantes fugas de cubanos para outros países, principalmente, para os Estados Unidos. Seus defensores, por outro lado, elogiam o posicionamento autônomo, a erradicação do analfabetismo e a excelência nos serviços de saúde como grandes triunfos da administração de Fidel.
Os sucessivos problemas de saúde de Fidel Castro o afastaram do poder causando uma verdadeira incógnita política em Cuba. Desde julho de 2006, o governo foi assumido provisoriamente por seu irmão Raul Castro. No entanto, vários analistas políticos não conseguem definir quais serão as possíveis mudanças na vida política de Cuba. De acordo com alguns especialistas, o governo Bush já teria em mãos um plano para dar fim à ditadura comunista do país. Sob a alegação de buscar o prevalecimento de instituições democráticas, os EUA pressionariam outras nações a exigirem uma reforma política em Cuba.
Sem dar um tom melancólico à sua saída ou incitar algum tipo de mobilização popular, Fidel declarou – depois de mais de quarenta anos de mandato – que não tinha interesse em se perpetuar no poder, impedindo a chegada de outras novas lideranças políticas. Além disso, o ex-presidente cubano afirmou que seu atual papel será o de um “soldado das ideias”.
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Conflitos
na Síria e intervenção dos EUA
Em guerra desde que os ventos da
Primavera Árabe sopraram em seu território, a Síria corre o risco de se
transformar em um novo Iraque, com a possível ação armada dos EUA.
Cenas da destruição causada pela
guerra, em Serekaniye, na Síria.*
A
notícia de que foram utilizadas armas químicas por parte do
exército da Síria,
em 21 de agosto de 2013, em Gouta, no subúrbio da capital Damasco, foi
transmitida por diversos veículos de comunicação do mundo ocidental, aumentando
o alerta sobre os conflitos armados que ocorrem no país. A preocupação aumentou
após o atual presidente dos EUA, Barack Obama, anunciar a
intenção de bombardear o país árabe, com o objetivo de derrubar o presidente
sírio Bashar
Al-Assad, apontado como responsável pelo uso das bombas com
gás sarín.Para o vestibulando, o interesse em conhecer mais sobre o conflito está relacionado a duas possibilidades: as ações de intervenção armada dos EUA no Oriente Médio e os conflitos políticos e militares decorrentes do que ficou conhecido como Primavera Árabe.
Começaremos pela segunda possibilidade. A Primavera Árabe foi o nome dado a uma onda de revoltas que ocorreu no Norte da África e Oriente Médio a partir de dezembro de 2010. Apesar de ter iniciado no inverno do Hemisfério Norte, a menção à primavera é feita em alusão à Primavera de Praga, ocorrida em 1968. O evento que iniciou as revoltas que sacudiram – e ainda sacodem – os países das duas regiões foi a imolação de um jovem tunisiano contra o governo de seu país. A partir daí, uma série de revoltas tomou conta dos países, resultando na queda de vários governos, como na própria Tunísia. Mas os casos mais emblemáticos ocorreram no Egito, com o fim do governo de Hosni Mubarak, e na Líbia, com a queda e a morte de Muammar Gadaffi.
A Síria não ficou de fora dessa onda de protestos. Em março de 2011, a população síria saiu às ruas das cidades do país, pedindo o fim do regime político comandado por Bashar Al-Assad. A não aceitação das reivindicações e a repressão efetuada pelas forças militares de Al-Assad aumentaram as tensões políticas, levando a oposição a empreender uma luta armada contra o governo.
Bashar Al-Assad chegou ao poder em 2000, após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, que havia iniciado seu comando no país durante a década de 1970. Os dois representam os alauítas na Síria, uma minoria que professa o islamismo e compõe cerca de 10% da população. A organização política que sustenta o poder dos Al-Assad é o partido Baath, a renascença, que tem como parte de sua doutrina o nacionalismo árabe e o anti-imperialismo. Essa postura levou o país a se opor às políticas dos EUA no Oriente Médio, como também às ações do Estado de Israel, país que havia tomado do estado sírio as colinas de Golã, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.
O governante sírio Bashar Al-Assad.**
Os países ocidentais, principalmente os EUA, França e Reino Unido, declararam apoio às forças de oposição, denominadas pela imprensa de forças rebeldes. Elas estão organizadas principalmente na Coalizão Nacional Síria da Oposição e das Forças Revolucionárias (CNSOFR), formada por diversas organizações. O governo dos EUA inclusive chegou a reconhecer, em dezembro de 2012, a CNSOFR como representante legítima da Síria, pretendendo deslegitimar o governo de Al-Assad, e criou ainda o Grupo de Apoio Sírio (Syrian Support Group, SSG, em inglês), uma entidade destinada a angariar recursos financeiros e apoio não letal para apoiar o Exército Livre Sírio (ELS), a principal organização da CNSOFR.
O ELS foi formado principalmente por desertores das Forças Armadas Sírias, que passaram para a oposição ao regime. Porém, especialistas apontam um grande número de mercenários que combatem no ELS, contratados principalmente pela empresa de segurança estadunidense Acadmi (antiga Blackwater), que conta com antigos combatentes das guerras nos Balcãs, Afeganistão e Iraque, por exemplo.
Mas há também na Coalização forças ligadas a grupos islâmicos, cujos guerreiros, os mujahidin, estariam combatendo pelo jihad, a guerra santa muçulmana. Os grupos islâmicos estão organizados na Frente Síria de Libertação Islâmica, próximos à Irmandade Muçulmana; a Frente Islâmica Síria, que defende a instalação de um Estado teocrático no país; e a Frente Al-Nusra, ligada à Al-Qaeda e cujo objetivo é formar um novo califado islâmico no Oriente Médio.
Existem ainda grupos curdos que atuam no norte do país e buscam a soberania em relação à Síria.
O impasse dos EUA em dar apoio armado mais consistente aos chamados rebeldes ocorre justamente pelo receio de armas caírem nas mãos das forças islâmicas contrárias aos estadunidenses. Tal situação poderia levar a uma continuidade da guerra mesmo após a queda de Al-Assad. Por outro lado, Al-Assad afirma que o apoio dos EUA à oposição é uma forma de fortalecer a própria Al-Qaeda.
Apesar do isolamento do governo sírio, fortalecido após o apoio dado ao grupo islâmico libanês Hezbollah, em 2008, Al-Assad tem sido defendido pela Rússia, China, além do Irã, Líbano e Iraque.
A referência ao último país serve de gancho para falarmos sobre a segunda possibilidade de como o caso sírio pode ser retratado no vestibular. Pelo que foi exposto acima, a situação de intervenção dos EUA e países europeus no conflito traz à lembrança as invasões organizadas após o 11 de setembro de 2001, no Afeganistão e no Iraque. O fracasso na tentativa de troca de governos nesses países é latente, sendo que no Afeganistão o conflito ainda se desenrola, mais de dez anos após seu início, e com sérios reveses para os EUA.
EUA e Reino Unido pretendem não cometer o mesmo erro ocorrido com o Iraque, quando invadiram o país sem aval da ONU e utilizaram a argumentação de que Saddam Hussein detinha armas de destruição em massa, o que se mostrou como uma informação falsa pouco tempo depois. A tentativa de comprovação de uso de armas químicas, com gás sarín, por parte do exército de Al-Assad, em 21 de agosto de 2013, é um exemplo de como o governo de Barack Obama tenta justificar um ataque aéreo à Síria. Sem a comprovação, não há como acusar o governante sírio de crime contra a humanidade, única forma de obter o aval da maioria dos países da ONU para o ataque à Síria.
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Atualidades: O Brasil e os Países da
América Latina
Venezuela - Hugo Chávez,
Bolívia - Evo Morales,
Argentina - Cristina Kirchner,
Equador - Rafael Correa
Cuba - Raul Castro
Hugo Chaves – Venezuela
Ameaçado no poder, o líder venezuelano
pediu apoio diplomático, financiamentos e combustível. Encontrou guarida junto
a Lula
Hugo Chávez contou com o Brasil como aliado
por uma década
Relações da Venezuela com o Brasil se
estreitaram desde à chegada de Lula ao governo.
Mal havia se acomodado na cadeira de
presidente, no dia 2 de janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da Silva se
ergueu para dar início a sua primeira audiência como chefe do Estado
brasileiro: com um lauto café da manhã, ele abriu as portas do Palácio do
Planalto para Hugo Chávez, que viria a ser um dos seus principais aliados.
Ameaçado no poder, o líder venezuelano pediu
apoio diplomático, financiamentos e combustível. Encontrou guarida junto a
Lula. Era o cultivo de uma íntima relação, pautada pela “integração da América
Latina”.
Na Venezuela, Chávez enfrentava havia
um mês a greve geral convocada por siglas de oposição e empresários. O país
estava paralisado, e a produção do petróleo, principal riqueza do país, havia
despencado. Os desafetos do presidente venezuelano, que um ano antes haviam
tentado um golpe militar, exigiam a renúncia ou a convocação de plebiscito para
decidir sobre a continuidade do mandato.
Com o apoio diplomático do Planalto, o
venezuelano suplantou a greve. Até abril de 2003, Chávez veio quatro vezes ao Brasil,
encontrando-se com Lula em três ocasiões. O brasileiro contrariou os EUA, que
eram simpáticos aos grevistas inimigos de Chávez. Também foram abertas linhas
de crédito do BNDES, no valor de R$ 1 bilhão, para a Venezuela.
Antes da posse, em dezembro de 2002, a
pedido de Lula e com o consentimento de Fernando Henrique Cardoso, 220 mil
barris de gasolina do Brasil atracaram no país caribenho.
Apoio do Brasil no Mercosul
Com mandato vigente até 2006, Chávez aceitou
os conselhos de Lula – que sugeria um “acordo” com a oposição – e convocou um
plebiscito em 2004. Com apoio da população, obteve o direito de permanecer no
Palácio Miraflores.
A parceria se aprofundou. Em dezembro de
2005, em Pernambuco, os dois inauguraram a pedra fundamental da Refinaria José
Inácio Abreu e Lima, binacional bancada pelas petrolíferas estatais Petrobras e
PDVSA. O nome da refinaria, sugerido por Chávez, era uma homenagem ao general
brasileiro que lutou ao lado de Simon Bolívar no processo de libertação da
Venezuela.
Lula
também foi o principal apoiador da entrada do país no Mercosul. E, junto com
Chávez, liderou a criação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A relação
de proximidade seguiu com o governo Dilma Rousseff, embora as
afinidades pessoais da sucessora de Lula com o venezuelano fossem menos
perceptíveis.
O atual presidente é Nicolás
Maduro ,assumiu depois da morte de Hugo
Chávez São
considerados presidentes da Venezuela todos os seus chefes
de Estado a partir de sua Independência, em 5 de julho de 1811, sendo, portanto,
desconsiderados os representantes do Império Espanhol durante o Período Colonial. O primeiro presidente
foi Cristóbal de Mendoza,
apontado pelo Primeiro Congresso em
1811, embora o título de Pai
da Nação seja usualmente aplicado a Simón Bolívar, o mais proeminente dentre os
chamados Libertadores da América.
Bolívia – Presidente Evo Morales
A Bolívia é uma das nações
economicamente mais pobres da América do Sul, com alta taxa de
analfabetismo e o terceiro menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre
os países sul-americanos. Faz fronteira com o Brasil, Paraguai, Argentina,
Chile e Peru. Não possui em seu território litoral marítimo.
28ago2013
La Paz, 28 ago (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil "devolva" o senador Roger Pinto, que fugiu de La Paz para Brasília e está sendo investigado em seu país por corrupção. "É importante devolver Roger Pinto à Justiça boliviana para que ele seja julgado como qualquer autoridade que está envolvida em casos de corrupção", disse Morales em entrevista coletiva.
La Paz, 28 ago (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil "devolva" o senador Roger Pinto, que fugiu de La Paz para Brasília e está sendo investigado em seu país por corrupção. "É importante devolver Roger Pinto à Justiça boliviana para que ele seja julgado como qualquer autoridade que está envolvida em casos de corrupção", disse Morales em entrevista coletiva.
LA PAZ — O presidente da Bolívia, Evo
Morales, disse neste sábado, depois de
ter se reunido na véspera com a presidente Dilma Rousseff, que está
superado o incidente diplomático com o Brasil por conta do episódio envolvendo
o senador boliviano Roger Pinto Molina.
— Ontem, me reuni com a
companheira presidente e resolvemos o problema. Companheiros e companheiras,
ninguém vai nos dividir, ninguém vai nos confrontar — disse Morales em um ato
público na sede do governo.
Opositor de Morales, Molina responde a 22
processos e em um deles, ele foi condenado a um ano de prisão. Os processos são
por acusações de crimes ambientais, corrupção e outros. A Bolívia encaminhará
ao Comitê Nacional para os Refugiados e ao MP todas as informações sobre os
processos contra o senador. O senador, no entanto, diz estar sendo perseguido
politicamente pelo presidente boliviano.
Molina estava asilado na Embaixada
Brasileira em La Paz e foi trazido para o Brasil, sem autorização do governo de
Dilma, pelo diplomata Eduardo Saboia. O episódio foi determinante para a saída
de Antonio Patriota do comando do Itamaraty.
— Lamentavelmente, por um
corrupto boliviano tentaram nos dividir e nos confrontar com o Brasil —
completou o presidente do país vizinho.
Morales participou na sexta-feira da 7ª
Reunião de presidente e chefes de Estado dos países membros da União de Nações
Sul-Americanas (Unasul) e aproveitou para se reunir com Dilma no Suriname, onde
acontecia o evento.
Molina ficou asilado na
embaixada brasileira por mais de um ano, por falta de um salvo-conduto que o
governo de Morales se negou a conceder por considerar que o senador tem contas
pendentes com a Justiça boliviana.
Argentina, Cristina Kirchner
Visita da presidenta da Argentina, Cristina
Kirchner, ao Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff
usou a rede social Twitter para manifestar solidariedade à presidenta
argentina Cristina Kirchner, que ficará um mês de repouso por
recomendações médicas em decorrência de um traumatismo craniano. Dilma definiu
Cristina como amiga do Brasil e sua amiga. “Minha solidariedade a CFK [Cristina
Fernandez Kirchner], que está de repouso médico. CFK é amiga do Brasil e minha
amiga”.
Incluímos no campo das relações Brasil
e Argentina todo contato político-histórico de relevância para as duas
nações, e que podem ser considerados como delineadores do comportamento
subsequente destes dois atores no cenário internacional.
Hoje em dia, imersos em um processo de
integração cada vez mais profundo, em um convívio harmônico, buscando
alinhar os interesses de política externa em um viés comum, a história mostra
que nem sempre as relações entre os dois personagens foram tão cordiais ou
amenas como agora, experimentando avanços e recuos, que, em pelo menos uma vez
ou outra na história, excepcionalmente, descambou para o conflito armado.
Podemos dividir o histórico
destas relações a partir da independência dos respectivos países, em 1816, a
declaração Argentina de independência, seguindo-se, em 1822, a do Brasil.
A Argentina originou-se de um
desmembramento do Vice-Reino do Rio da Prata, que originou ainda Paraguai
e Bolívia. Já o Brasil, reuniu todos os territórios sob administração portuguesa
na América
do Sul, incluindo aí o Uruguai, que pouco depois alcançaria sua
independência, em 1828. Nesse período inicial de formação de ambos países,
ainda com fronteiras bastantes incertas, considera-se este período inicial como
de instabilidade estrutural, com predominância da rivalidade, em especial no
caso do Uruguai, alvo de disputa entre brasileiros e argentinos, que
envolveriam-se na Guerra da
Cisplatina (1825-1828), que resultou na já citada independência
uruguaia.
Havia ainda uma dependência de ambos da
Grâ-Bretanha, a potência na época, que em meio à Revolução
Industrial e o controle marítimo de todas as rotas comerciais, exercia
livremente sua influência sob a política dos dois países. Tal influência
monopolizava muitas vezes a atenção das duas nações, gerando um isolacionismo e
uma não-ingerência, apesar das intervenções no Uruguai, bem como no período de
Manuel Oribe e Juan Manuel de Rosas e destacadamente,
na Guerra
do Paraguai.
No final do século XIX os dois
governos esboçaram certa aproximação, com o gradual enfraquecimento da
influência britânica, e especialmente depois da proclamação da República no
Brasil, visto que o Império era visto com certa desconfiança entre seus vizinhos,
algo como um resquício da influência colonial europeia. Há uma busca de
cooperação, mas com momentos de rivalidade clara.
Entre as duas guerras, com a ascensão dos
EUA como potência mundial, o comportamento de ambos os países será de uma
autonomia heterodoxa, ora apoiando incondicionalmente a posição
norte-americana, ora tendo uma certa discordância, porém, em ambos os países,
tal distanciamento nunca se aproximando de modo tão próximo aos blocos
opositores à política dos EUA (primeiro as potências do Eixo, Alemanha,
Itália e Japão, e no pós-guerra, a União Soviética).
Tais idas e vindas no relacionamento entre
os dois países verificar-se-á até os anos 70 do século XX, sendo que a
construção de Itaipu foi provavelmente a última grande discórdia entre as duas
nações, sendo que a questão foi plenamente e pacificamente solucionada mediante
acordos diplomáticos.
Finalmente, no início dos anos 80, com
a Guerra das Malvinas na Argentina, o Brasil
dá apoio tácito ao esforço de guerra argentino, fazendo com que haja uma
aproximação maior entre os dois países, diminuindo as desconfianças recíprocas.
Com os entendimentos entre os presidentes Sarney e Alfonsin no meio da década
de 80, o caminho está aberto para a formação, mais tarde, no início dos 90, à
formação do MERCOSUL,
a união aduaneira dos quatro países do cone-sul (Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai, e atualmente,
mais a Venezuela, em vias de ser aceita no grupo). E desde então, as relações
Brasil-Argentina é marcada pela cooperação e pela busca de uma política comum
para o desenvolvimento da região.
Equador, Rafael Correia
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff
conversou hoje (31) com o presidente do Equador, Rafael Correa, para
desejar sucesso no novo mandato. Reeleito, Correa tomou posse na última
sexta-feira (24), mas Dilma não compareceu à cerimônia porque estava na
Etiópia, onde participou da Cúpula da União Africana.
Ao agradecer à presidenta brasileira,
Correa disse que o Equador “vem tomando providências para tornar-se membro
pleno do Mercosul”, segundo informações da Secretaria de Imprensa da
Presidência da República. O Equador é hoje membro associado do bloco, assim
como Bolívia, Chile, Peru e Colômbia.
Dilma respondeu a Correa que o Equador será
bevindo ao Mercosul. A conversa por telefone entre os dois chefes de
Estado foi breve e ocorreu por volta das 18h15.
Cuba, Raul Castro
Líder máximo do governo de Cuba
desde o processo revolucionário de 1959, Fidel Castro representou o último
resquício do comunismo dentro do continente americano. Muitos afirmam que seu
governo personalista não se insere nos ideários políticos de esquerda,
entretanto, podemos ao menos afirmar que a trajetória desse líder político e de
seu governo representou uma singular experiência na história política.
Retomando o seu processo de chegada ao poder, não podemos deixar de destacar como a ingerência norte-americana no território cubano fez de Fidel um entrave à total hegemonia política e ideológica almejada pelos Estados Unidos. Desde o processo de sua independência até o golpe de 1959, os Estados Unidos tinham Cuba como um verdadeiro quintal de sua “hegemonia”. Além de se beneficiarem com a subserviência política dos governantes locais, muitos estadunidenses tinham a ilha como um local propício para o turismo e o lazer.
Inconformado com um país onde havia desigualdade social e prosperidade da economia agroexportadora, Fidel tentou durante toda a década de 1950 criar um grupo de revolucionários interessados em tomar o poder por meio das armas. Durante os três anos de exílio no México, onde conheceu Ernesto “Che” Guevara e formou uma nova guerrilha, Fidel retornou à ilha de Cuba disposto a executar seu plano golpista. Entrando em combate com o Exército, Fidel recuou seus homens e se dirigiu ao interior, na região da Serra Maestra.
Utilizando uma tática militar descentralizada, pequenos grupos se formaram gradativamente tomando de assalto regiões e cidades de Cuba até que, em 1959, o governo de Fugêncio Batista sucumbiu às forças revolucionárias formadas nesse período. Sem uma clara definição política perante à bipolarização ideológica do período, o novo governo cubano não tinha ainda um projeto político muito bem definido. Porém, conforme as medidas de caráter popular (como a nacionalização das empresas, a reforma agrária e a concessão de crédito a pequenos produtores) foram postas em prática, esse período de indecisão política chegava ao seu fim.
Contrários a essa política, os Estados Unidos buscaram de todas as maneiras reverter as reformas populares de Fidel. Com a impassividade do governo cubano, os EUA decidiram romper suas relações em 1961. Cuba, que dependia do mercado norte-americano, se aliou aos socialistas soviéticos. A União Soviética, dessa forma, manchou a hegemonia dos Estados Unidos no continente americano. Che Guevara, que não simpatizava com a influência soviética, se afastou do governo cubano. A partir daí, Fidel Castro consolidou um governo unipartidário e voltado à ampliação de seus poderes.
A queda do socialismo soviético, na década de 1980, provocou uma séria guinada na situação cubana. Mesmo tentando sanar as questões referentes ao abastecimento, à saúde e à educação, Fidel teria que remanejar uma economia desvinculada do maciço apoio soviético. Com isso, o governo cubano foi obrigado a investir no setor turístico e permitir a entrada de recursos de cubanos residentes no exterior. Nos últimos anos, acordos bilaterais com o governo da Venezuela trouxeram uma relativa superação dos problemas vividos no final do século XX.
Cercado por polêmicas e divergências a era Fidel Castro traz à tona um debate figurado pelas contradições de seu regime. Muitos apontam que a perseguição política e a miséria são os pontos que fazem de seu governo uma experiência frustrada que motivou as constantes fugas de cubanos para outros países, principalmente, para os Estados Unidos. Seus defensores, por outro lado, elogiam o posicionamento autônomo, a erradicação do analfabetismo e a excelência nos serviços de saúde como grandes triunfos da administração de Fidel.
Os sucessivos problemas de saúde de Fidel Castro o afastaram do poder causando uma verdadeira incógnita política em Cuba. Desde julho de 2006, o governo foi assumido provisoriamente por seu irmão Raul Castro. No entanto, vários analistas políticos não conseguem definir quais serão as possíveis mudanças na vida política de Cuba. De acordo com alguns especialistas, o governo Bush já teria em mãos um plano para dar fim à ditadura comunista do país. Sob a alegação de buscar o prevalecimento de instituições democráticas, os EUA pressionariam outras nações a exigirem uma reforma política em Cuba.
Sem dar um tom melancólico à sua saída ou incitar algum tipo de mobilização popular, Fidel declarou – depois de mais de quarenta anos de mandato – que não tinha interesse em se perpetuar no poder, impedindo a chegada de outras novas lideranças políticas. Além disso, o ex-presidente cubano afirmou que seu atual papel será o de um “soldado das ideias”.
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