sábado, 15 de fevereiro de 2014

Nazistas tentaram utilizar o mosquito da Malária para contaminar os Aliados

   
Os nazistas, por volta do final da Segunda Guerra Mundial, criaram mosquitos e buscaram fórmulas para aumentar sua expectativa de vida com o propósito de utilizá-los como armas biológicas contra os aliados, em quem pretendiam inocular malária.
  A teoria foi formulada pelo biólogo Klaus Reinhardt, da Universidade de Tübingen, em artigo publicado em sua última edição da revista Endeavour.
   Reinhard se baseia em documentos sobre o campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, onde desde 1942 funcionava um Instituto de Entomologia criado sob as ordens do chefe das SS, Heinrich Himmler.
  Em 1944, segundo Reinhardt, foram feitas pesquisas no instituto com o objetivo de se encontrar métodos para alongar a vida de mosquitos infectados pela malária de modo que estes pudessem ser levados aos campos de batalha e utilizados como armas biológicas contra os aliados.
   A ideia das pesquisas era encontrar o tipo de mosquito mais resistente e mais longevo e que pudesse ser levado par a guerra. Reinhardt, no entanto, dúvida que os mosquitos foram realmente utilizados nos campos de batalha.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Manifestações populares no Brasil

Manifestações populares no Brasil
   Em razão dos atos de rua ocorridos no Brasil em 2013, as manifestações populares da História do Brasil podem ser utilizadas como tema dos vestibulares.
Como em 1992, parte da juventude brasileira pintou o rosto com as cores da bandeira para fazer suas reivindicações.
   No primeiro semestre de 2013, uma série demanifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos de livre manifestação.
   Em virtude da grande repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos meios de comunicação de massa, é possível que elas sejam utilizadas como ponto de partida para avaliar o vestibulando, possivelmente testando seus conhecimentos em relação a outras grandes manifestações que ocorreram na história do Brasil. E isso pode ocorrer tanto nas provas de história quanto nas redações dos vestibulares e do Enem.
   Fazendo uma retrospectiva histórica, podemos perceber na história brasileira que algumas manifestações conseguiram alcançar seus objetivos após reunirem milhares de pessoas.
   Em 1992, grandes manifestações ocorreram nas ruas do Brasil pedindo o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Frente aos fortes indícios de corrupção em seu governo, a juventude conhecida pedia a saída do presidente, que havia sido o primeiro eleito por voto direto após o fim da ditadura civil-militar. Esses jovens ficaram conhecidos como “Caras Pintadas”, pelo fato de pintarem em seus rostos pequenas faixas com as cores da bandeira do Brasil. Após forte pressão popular, Collor pediu a renúncia do cargo, assumindo em seu lugar o vice-presidente Itamar Franco.
   Quando não alcançaram os objetivos pretendidos, as manifestações proporcionaram um debate sobre a situação política do país e estimularam a participação política de um número maior de pessoas. Foi o caso da campanha pelas “Diretas Já!”, iniciada a partir de 1983. O objetivo do movimento era a provação de uma lei que possibilitasse a eleição direta para Presidente da República. O país ainda vivia os últimos anos da ditadura civil-militar, o que não impediu que milhares de pessoas saíssem às ruas para participar de comícios e exigir a abertura democrática, depois de anos de controle político por parte das Forças Armadas. Apesar da pressão, a lei não foi aprovada e o presidente posterior foi ainda eleito de forma indireta pelo Colégio Eleitoral. Apesar dessa derrota, um novo cenário político abriu-se ao país, com uma maior liberdade de participação política.
   Na década de 1960, o conturbado contexto político também gerou manifestações nas ruas. Durante o governo de João Goulart, havia uma intensa polarização política no Brasil entre os que apoiavam seu mandato de presidente e os que lutavam por sua saída. O estopim para o fim de seu governo ocorreu no mês de março de 1964. Após a realização de um comício na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde aproximadamente 150 mil pessoas escutavam o presidente e seus apoiadores a defender as Reformas de Base, as forças políticas ligadas aos setores conservadores da sociedade iniciaram uma série de manifestações contra o presidente.
   Essas manifestações eram denominadas como “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade” e levaram às ruas centenas de milhares de pessoas que se opunham ao pretenso comunismo de João Goulart. Na verdade, elas opunham-se às reformas que poderiam ter subtraído parte do poder econômico das classes dominantes do país. Essas marchas foram o argumento necessário aos militares para derrubarem o presidente, afirmando ter apoio popular para isso. Esse é um exemplo de uma manifestação que contribuiu para que a participação política fosse restrita, abrindo caminho para uma ditadura militar.
   Outras manifestações de rua ocorreram na história do Brasil em diversos momentos. Cabe ao vestibulando, caso seja um tema presente nas provas, conhecer o contexto e os motivos que levaram as pessoas às ruas, principalmente suas reivindicações, bem como os desdobramentos dessas ações na história do Brasil. Essas observações têm por objetivo auxiliar o vestibulando na interpretação dos textos que podem ser expostos nas questões e redações, mas cabe ao candidato um estudo do contexto histórico que motivou essas manifestações políticas e sociais.
Fonte: Brasil Escola


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Saiba o que estudar para o vestibular e Enem em 2014 e monte sua programação
   Veja que conteúdos geralmente são cobrados nos vestibulares do país e organize seus estudos no mês de março
Ana Prado e Carolina Vellei | 07/02/2014 13h 00
    O GUIA DO ESTUDANTE costumava receber, diariamente, muitas mensagens de estudantes perguntando o que deviam estudar para o vestibular. Por isso, começamos a publicar em 2013  calendários mensais de estudos e o resultado tem sido muito bom. Agora, as mensagens que chegam a nós perguntam por eles e resolvemos adiantar a programação de março para que os leitores já possam começar a se organizar.
   De forma geral (e independentemente do curso), o conteúdo cobrado nesses processos seletivos (incluindo o Enem) é tudo aquilo que você aprendeu no ensino médio. "O último ENEM, aplicado em 2013, mostrou que o exame ‘chegou para ficar’ e está no mesmo nível de outros exames nacionais para universidades públicas", diz o professor de matemática do Cursinho do XI, Clodoaldo de Souza. "Em matemática, por exemplo, a prova de 2013 trouxe questões em que apareceram logaritmo, probabilidades, geometria plana e geometria analítica - esta, uma matéria do último ano do ensino médio", completa.
Atenção: consulte o manual do candidato dos vestibulares que você irá prestar - lá estão listados todos os conteúdos cobrados e isso pode variar de acordo com a instituição pretendida.
   Com a ajuda dos professores do Cursinho do XI, separamos os conteúdos por mês para que consiga estudar todos eles até o fim do ano. O que você verá a seguir é a lista dos temas para estudar em março, seguidos de links com resumos, textos ou simulados. Os links vão ajudar, mas aconselhamos nossos leitores a aprofundar seu conhecimento em outras fontes (é possível encontrar bons materiais em bibliotecas ou lojas de livros usados, por exemplo). A cada mês, publicaremos uma nova tabela. Bons estudos!
História
História geral

Antiguidade oriental: Egito, Mesopotâmia, Fenícia, Pérsia e Hebreus (Saiba mais sobre:Assírios x BabilônicosSumérios; e veja uma linha do tempo com a origem do homem)
Antiguidade ocidental: formação da civilização grega, a organização das cidades- Estado e as guerras (internas e externas)

Antiguidade ocidental: o legado dos gregos à cultura ocidental e o período helenístico
Antiguidade ocidental: formação de Roma (da Monarquia à República) e consolidação da República
Antiguidade ocidental: Roma - crise da República e formação do Império romano (Leia sobre a origem, o auge do império romano e a sua queda)

História do Brasil
Expansão ultramarina europeia: motivações e desdobramento;
Exploração e ocupação da América Portuguesa: a questão indígena e o pau-brasil;
Exploração e ocupação da América Portuguesa: organização administrativa (capitanias hereditárias e o Governo-geral);

Economia açucareira


Fonte: Guia do Estudante. 07/02/2014

Neandertal era tão esperto quanto o Homo sapiens




Neandertal era tão esperto quanto o Homo sapiens
Estudo sugere que os neandertais não foram vítimas da própria burrice - e sim da própria inteligência
    É chato ser gostoso. Ou, pelo menos, foi bem chato para os neandertais, que desapareceram sem deixar vestígios aproximadamente 30 mil anos atrás, liberando a Terra inteira para nós, os Homo sapiens. Os cientistas sempre pensaram que esse desaparecimento aconteceu devido à falta de inteligência dos neandertais, que não conseguiram competir conosco. Mas um novo estudo sugere exatamente o contrário. "Os neandertais podem ter desaparecido não porque fossem menos capazes, e sim porque eram tão sofisticados quanto os outros hominídeos modernos", afirma o antropólogo Michael Barton, da Universidade Estadual do Arizona.
    Os pesquisadores chegaram a essa conclusão ao comparar a cultura material - as ferramentas e os adornos feitos pelos dois grupos - e constatar que ambos estavam em graus parecidos de desenvolvimento. Quando o Homo sapiens saiu da África e começou a ocupar o mesmo espaço dos neandertais, ficou impressionado com a competência técnica e a inteligência aguda deles. Resultado: os dois grupos passaram a se misturar e a gerar descendentes híbridos.
    Só que os sapiens eram muito mais numerosos. E isso, segundo simulações de computador feitas pelos cientistas, foi diluindo os traços neandertais na população até que, depois de várias gerações, só sobrassem Homo sapiens. Em suma: é possível sim ser vítima do próprio sucesso. Pelo menos se você for um neandertal.
                                                                                                Fonte: Revista Super Interessante. Jan/2014

Vídeo sobre o Brasil Colônia, Boris Fausto


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Teoria da História

Teoria da História
   Historiografia é o registro escrito da história. Podemos dizer que é a arte de escrever e registrar os eventos do passado.    O termo historiografia também é utilizado para definir os estudos críticos feitos sobre aquilo que foi escrito sobre a História. Um exemplo: se um historiador faz um estudo crítico sobre o trabalho feito por Heródoto (historiador que viveu na Grécia Antiga e escreveu sobre o período), então ele está produzindo um trabalho de historiografia.
   A Teoria da Historia  é um campo de estudo que busca entender as diversas teorias que envolvem o conhecimento Histórico. Justamente por não ter uma concepção única de analisar o passado, todas essas teorias alimentam vários debates entres várias concepções. As correntes principais:  PositivismoEscola dos Annales, Nova HistóriaMicrohistória.

Principais correntes da historiografia:
- Positivismo: atualmente pouco seguida, privilegia o estudo cronológico dos fatos históricos, sem fazer análises críticas.
  Pretendendo objetividade, a história limitou o seu objeto: o fato ou evento isolado, o centro do trabalho de um historiador, é considerado como a única referência para responder corretamente ao imperativo da objetividade. Tampouco se ocupa por estabelecer relações de causalidade, substituindo por retórica o discurso que se pretendia científico.
   O Positivismo foi elaborado por Augusto Comte  no século XIX. Tal teoria acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar um fator que determinasse a verdadeira história, ela seria indiscutível e encontrada nos documentos governamentais, que por isso, nunca estariam errados. De acordo com esse pensamento, apenas as histórias politicas teriam importância de serem verificadas. Além disso, defende a ideia que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro, podendo-se afirmar que uma teoria é verdadeira apenas se a mesma for comprovada através de métodos científicos válidos. Assim, os positivistas, excluem tudo o que se refere a crenças, supertições, ou qualquer outra coisa que não possa ser comprovada cientificamente. Toda essa devoção à ciência fez com que com o Positivismo fosse considerado como “a religião da humanidade”.

   No século XIX, a aplicação do pensamento formulado por Auguste Comte na área de análise histórica acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar o fator que determinasse a verdadeira história: ela seria algo indiscutível e localizada através dos documentos governamentais que jamais estariam errados, com omissões, ou deturpados. De acordo com tal forma de análise, apenas as histórias militares e políticas teriam importância de serem verificadas. Após a localização dos fatos do passado, deveriam ser criadas leis gerais que explicassem todos os dados coletados. A quantidade de leis deveria ser a mínima possível, até se alcançar uma lei única e universal.
   Na verdade, tal posicionamento revela a necessidade de uma pesquisa científica e metódica nas ciências sociais, fruto e tentativa de aplicação do mesmo que ocorre nas demais ciências a partir do século XIX. Até então, as narrativas históricas se limitavam a textos que misturavam credos religiosos com possíveis realidades, impossibilitando de serem separados um do outro, ou mesmo narrativas de pessoas de destaque que tivessem presenciado os ocorridos.
   Atualmente, o positivismo encontra pouca receptividade dos historiadores. No entanto, é digna a sua lembrança já que, pela primeira vez, existe a preocupação de se desenvolver narrativas históricas seguindo determinados critérios.
   O Positivismo pregava a cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção de resultados claros, objetivos e completamente corretos. Os seguidores desse movimento acreditavam num ideal de neutralidade, isto é, na separação entre o pesquisador/autor e sua obra: esta, em vez de mostrar as opiniões e julgamentos de seu criador, retrataria de forma neutra e clara uma dada realidade a partir de seus fatos, mas sem os analisar. Os positivistas crêem que o conhecimento se explica por si mesmo, necessitando apenas seu estudioso recuperá-lo e colocá-lo à mostra. Não foram poucos os que seguiram a corrente positivista: Auguste Comte, na Filosofia; Émile Durkheim, na Sociologia, entre outros, contribuíram para fazer do Positivismo e da cientifização do saber um posicionamento poderoso no século XIX. 
   Pode-se inclusive dizer que o Positivismo reduz o papel do homem enquanto ser pensante, crítico, para um mero coletor de informações e fatos presentes nos documentos, capazes de fazer-se entender por sua conta. "Os fatos históricos falam por si mesmos", dizia Coulanges, historiador francês. Assim, para os positivistas que estudaram a História, esta assume o caráter de ciência pura: é formada pelos fatos cronológicos e o que realmente significam em si. São objetivos à medida que possuem uma verdade única em sua formação (que é o seu sentido e sua única possibilidade de compreensão) e não requerem a ação do historiador para serem entendidos: como já dito, o papel deste é coletá-los e ajeitá-los, constatando pela análise minuciosa e liberta de julgamentos pessoais sua validade ou não. O saber histórico, dessa forma, provém do que os fatos contêm, e assume um valor tal qual uma lei da Física ou da Química, ciência exatas.
   Tão objetiva é a História para os positivistas que um de seus maiores ensinamentos é a busca incessante de fatos históricos e sua comprovação empírica. Daí a necessidade, como pregavam, de se utilizar na pesquisa e análise o máximo de documentos possíveis: para se obter a totalidade sobre os fatos e não deixar nenhuma margem de dúvida no que se refere à sua compreensão. A busca desses fatos deve ser feita por mentes neutras, pois qualquer juízo de valor na pesquisa e análise altera o sentido e a verdade própria dos fatos, modificando pois a própria História. Esta se tornaria uma ciência falha e totalmente fora de seu caráter científico, e portanto destituída de valor e validade. Coulanges chega a afirmar que a "História não é arte, mas uma ciência pura (...) a busca dos fatos é feita pela observação minuciosa dos textos, da mesma maneira que o químico encontra os seus em experiências minuciosamente conduzidas". A objetividade, a minuciosidade, o detalhe e a dedicação impessoal, portanto, são as grandes lições da escola positivista para o estudo da História no século XIX e no início do XX. Os historiadores que, nessa época, tentaram provar outras formas de se estudar a disciplina foram desconsiderados e postos à margem. Numa sociedade europeia que buscava seu próprio desenvolvimento e avançava rumo a grandes descobertas na ciência e na tecnologia, a cientifização que marcou a época também se espalhou para o campo dos estudos humanos, reduzindo o papel do profissional desse campo para um mero coletor de informações. A implicação de opiniões externas aos sentidos dos fatos históricos alterava a História, na opinião positivista, e eliminava assim sua legitimidade como saber de importância social.

- Materialismo histórico: elaborado por Karl Marx, enfatiza o aspecto econômico da sociedade no estudo da História. O materialismo histórico é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da economia e da história que foi pela primeira vez elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels(1818-1883), malgrado eles próprios nunca tenham empregado essa expressão. O materialismo histórico procura as causas de desenvolvimentos e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as necessidades da vida. As classes sociais e a relação entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam fundamentadas em sua atividade econômica.
   O materialismo histórico na qualidade de sistema explanatório foi expandido e refinado por milhares de estudos acadêmicos desde a morte de Marx
   De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até à atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem". A teoria serve também como forma essencial para explicar as relações entre sujeitos. Assim, como exemplos apontados por Marx, temos durante o feudalismo os servos que teriam sido oprimidos pelos senhores, enquanto que no capitalismo seria a classe operária pela burguesia.
   Esta teoria de evolucionismo histórico fundamentava o pensamento Marxista que conduziu à implementação dos regimes comunistas pela "Revolução", ou seja, a rebelião das classes operárias contra os capitalistas.
   O materialismo histórico como propulsor da evolução histórica foi posto em causa quer pelos pensadores liberais, que levaram ao desenvolvimento das Democracias do Norte da Europa, Reino Unido e América do Norte, quer pelos pensadores corporativistas que levaram ao desenvolvimento dos regimes autoritários de Itália, Portugal e Espanha.
   A concepção materialista da história parte da tese de que a produção, e com ela a troca dos produtos, é a base de toda a ordem social; de que em todas as sociedades que desfilam pela história, a distribuição dos produtos, e juntamente com ela a divisão social dos homens em classes ou camadas, é determinada pelo que a sociedade produz e como produz o pelo modo de trocar os seus produtos."
   O materialismo histórico, pensamento desenvolvido pelo estudioso Karl Marx, fundamenta-se, inicialmente, na observação da realidade a partir da análise das estruturas e superestruturas que circundam um determinado modo de produção. Isto significa dizer que a história está, e sempre esteve, ligada ao mundo dos homens enquanto produtores de suas condições concretas de vida e, portanto, tem sua base fincada nas raízes do mundo material, organizado por todos aqueles que compõem a sociedade. Os modos de produção são históricos e devem ser interpretados como uma maneira que os homens encontraram, em suas relações, para se desenvolver e dar continuidade à espécie. Segundo Marx:

"Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência"
  Segundo Marx, a sucessão de um modo de produção por outro ocorre devido a inadequação desse mesmo modo de produção e suas forças produtivas. Exemplo: no final da Idade Média, quando houve o desenvolvimento do comércio, as relações servis começaram a desempenhar um papel de entrave ao desenvolvimento das forças produtivas, provocando assim uma implosão dentro do sistema e originando outro novo: o capitalismo. Compreende-se, então, que o capitalismo nasceu a partir das contradições do sistema feudal, e que a burguesia (classe dirigente), ao criar a sua oposição, o operariado, engendrou também o seu futuro extermínio, cavando a sua própria cova
- Escola dos Annales: criada em 1929, pelos historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre. Incorporou na História aspectos da Antropologia, Psicologia, Geografia e Filosofia. É também conhecida como escola das “Mentalidades”.
   A história vai se afirmando como uma ciência social, uma disciplina científica envolvida com a sociedade. Nos princípios do século XX, a história já havia adquirido uma dimensão científica incontestável.

A Escola dos Annales
   A Escola dos Annales é uma corrente historiográfica nascida na França, em torno da revista “Annales d'histoire économique et sociale”, e criada por Marc Bloch e Lucien Febvre que acreditavam que era insuficientes a forma com que a história era tratada.      Apesar disso, não foram os primeiros a propor novas abordagens a História. Tal corrente se destaca por incorporar métodos das Ciências Sociais à História, o que ampliou o quadro das pesquisas históricas com a incorporação de atividades até então pouco investigadas, rompendo assim com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.

    Uma escola de pensamento conhecida como Escola dos Annales formou-se em torno da revista "Annales d'histoire économique et sociale", fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 15 de janeiro de 1929 editado pela Librairie Armand Colin em Paris. Essa revista trimestral aparece com uma proposta mais abrangente tanto temporariamente quanto aos novos objetos de estudo e novas abordagens, e portanto uma nova metodologia que se enveredasse nas interdisciplinaridades para passar de discursos teóricos para a prática, como uma maneira de redescobrir o homem. Alargou o âmbito da disciplina, solicitando a confluência das outras ciências, em particular a da Sociologia, e, de maneira mais geral transforma a história ampliando o seu objeto para além do evento e inscrevendo-o na longa duração ("longue durée"). Cabe ainda lembrar da influência da psicologia, uma ciência que chamava a atenção dentre historiadores do início do século e a luta contra o que Febvre chamava de a história "Historicisante", ou seja, a história política, diplomática e militar feita até então. No ano em que a revista foi lançada, a situação europeia não era das melhores pois havia uma grave crise econômica e política, como reflexo do fim da Primeira Guerra Mundial 1929. Após o hiato da Segunda Guerra MundialFernand Braudel continuou a editar a revista e recorreu, pela primeira vez, à geografia, à economia e à sociologia para desenvolver a sua tese de "economia-mundo"
    O papel do testemunho histórico muda: permanece no centro das preocupações do historiador, mas já não é o objeto, senão o que se considera como um útil para construir a história, útil que pode ser obtido em qualquer domínio do conhecimento.     Uma constelação de autores mais ou menos próximos à "Annales" participa dessa renovação metodológica que preenche as décadas centrais do século XX .
As três gerações Annales

  Nas décadas de 10 e 20 do século XX, as Ciências Humanas viram emergir um novo fazer histórico. Insatisfeitos com a produção limitada da história que estudava grandes homens (reis, nobres, generais etc.) ou países importantes, eventos políticos ou militares, negligenciando as forças, fossem elas estruturais ou coletivas, que neles havia; Marc Bloch e Lucien Febvre promovem uma nova História.

   Eles viram a necessidade de a História ser mais ampla, abrangente e globalizante; essa necessidade surgia pelo fato de o homem ser complexo, não necessariamente um reflexo de grandes personagens, mas um ser singular, com formas de pensar, agir e sentir diferentes daquelas.

   Como decorrência disso, Bloch e Febvre, alinhados em torno da Revista Annales, que foi lançada em 1929, procuraram ampliar as possibilidades do fazer histórico através do diálogo mais próximo com as Ciências Sociais, buscando conceitos e ferramentas que possibilitassem ao historiador conhecer o homem, por mais complexo que este fosse.

   A Nova História é a corrente historiográfica correspondente a terceira geração da “Escola dos Annales”. Surgiu nos anos de 1970 e seu nome derivou da publicação da obra “Fazer a História”, organizadas pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nova. Tal corrente é acima de tudo a historia das mentalidades. Seus seguidores propõe que se estabeleça uma historia serial das estruturas mentais das sociedades, e cabe ao historiador a análise dos dados.

A macro-história   Fernand Braudel procurou unir a história-problema com a história total, indo de uma geo-história a uma história quantitativa dos historiadores demógrafos e economistas.

   A história serial refere-se a um tipo de fonte3 que permite a seriação dos dados,  
o que possibilita não só a verificação de padrões como também possibilita a identificação de variações nesse padrões. Em outras palavras, o que define uma história serial é a busca pela recorrência e a variação em uma fonte ou conjunto de fontes documentais homogêneas.
Já a história quantitativa terá seu foco voltado para o número, a quantidade, o que será mensurado, havendo a necessidade de aplicação de técnicas matemáticas e estatísticas. Dessa forma, a seriação precede a história quantitativa uma vez que, dependendo do seu problema de origem, pode ser necessário apenas repetir a informação sem haver preocupação com quantidades.

   E a Microhistoria é um gênero historiográfico que surge com a publicação da coleção “Microstorie”, sob a direção de Carlo Ginzburg e Giovanni Levi entre 1981 e 1988. A proposta de análise histórica defende uma delimitação extrema do tema por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade). Com todo esse objeto (tema) bem delimitado a análise se desenvolve a partir de uma exploração exaustiva das fontes. O próprio Giovanni Levi conceitua a microhistoria como se fosse um “zoom” em uma fotografia, o pesquisador observa um pequeno espaço ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.
O objetivo dos micro-historiadores era: “... analisar situações, especificar ações individuais, acontecimentos precisos, redes capilares de relações, mas sem perder de vista a realidade mais global”
Os micro-historiadores objetivaram, através da redução de escalas, compreender fenômenos que não seriam perceptíveis em outra análise mais generalizante. Eles não estudam, necessariamente, uma história local, um espaço recortado; buscam compreender trajetórias6, práticas sociais, um crime, ou outro fenômeno (fragmento social) que o investigador avalie como esclarecedor da questão (problema) que se impõe.

Assim, a prática micro-histórica procura perceber o que, de outra forma, seria deixado de lado pela macro-história. Por meio da redução da escala, o pesquisador indaga detalhadamente seu objeto valendo-se de uma gama de outras fontes, semelhantes ou não, para compreender seu objeto.

Ao propor a redução da escala de análise, o micro-historiador não deseja apenas
compreender a sociedade como um todo, mas, sim, a partir de um fenômeno, poder
compreender a “realidade” que circunda esse fenômeno.

Historiadores da Antiguidade
   Heródoto, embora o utilize, dele se distancia, por considerá-lo apenas um contador de relatos e, por hipótese, um escritor que não teria realizado a investigação.
Heródoto viveu entre 485 a.C. e 430 a.C. e, até aquele momento, nenhuma obra procurara reunir os registros historiográficos da Grécia, quer interna, quer em seu relacionamento, muitas vezes belicoso, com países próximos - chamados de bárbaros, dentre os quais a Pérsia (e particularmente as Guerras Médicas).
Obra de Heródoto: As Histórias (em grego antigo: Ἰστορἴαι, transl. Historiai), divididas em nove livros e escrita por Heródoto de Halicarnasso, é a obra básica da História, a primeira a ter este título - e constitui-se na primeira tentativa do homem em sistematizar o conhecimento de suas ações ao longo do tempo. Obras: dedicado ao Egito: antigüidade dos frígios; geografia egípcia, história do país, estudos sobre a geografia e o rio Nilo; A Guerra Médica; Cambises atacando o Egito; Xerxes e sua administração.
    Semelhante aos poetas, Heródoto procurou preservar do esquecimento os feitos que se passaram. Porém, não foram as Musas, as nove divindades filhas de Zeus e Mnémosine, personificação da memória, quem lhe informaram o que dizer; ele próprio, Heródoto de  Halicarnassos, foi quem promoveu suas investigações cujos resultados foram transformados em  escrita. Promove todo um jogo comparativo entre as informações orais de diversos povos a que teve  acesso, demonstrando uma preocupação em dizer a verdade, embora a  considere inalcançável por conta da existência de uma vasta quantidade de opiniões sobre os atos  humanos.
  Heródoto se preocupa em esclarecer que as versões das testemunhas dos feitos sobre os quais historia, precisam da confirmação de seu “olho” para serem consideradas mais verossímeis. De um  lado, se preocupa apenas em expor o que colheu de suas testemunhas: “Quanto a mim, meu objetivo  ao longo de toda a obra é registrar tudo que me foi dito tal como ouvi de cada informante”.
   Tópica que tem como marco o exercício de investigação (historíe) que advém de hístor, cuja  raiz etimológica remete a “ver” e a “saber” (HARTOG, 2001: 51). Para si, Heródoto confere o  estatuto de quem sabe por que “viu” e não por ter sido inspirado pelas Musas. Assina seu nome no prólogo das Histórias, tomando para si um lugar de saber que passará a ser construído a partir do  “método” da investigação: “Daí em diante, para ‘ver’ é preciso arriscar-se (ir ver) e aprender a ver  (recolher testemunhos, reunir as diferentes versões, relatá-las, classificá-las em função do que se  sabe por outras fontes e também em função do grau de verossimilhança)”

Tucídides, (Atenasca. 460 a.C. — Atenas, ca. 400 a.C.) foi um historiador da Grécia Antiga.escreveu sobre a guerra entre atenienses e espartanos ocorrida nas últimas três  décadas do séc. V a.C., “(...) na expectativa de que ela seria grande e mais importante que todas as  anteriores (...)”, pois de acordo com as evidências (tekmeríon) dos feitos anteriores a ela e,  sobretudo dos mais antigos, considera que esses “(...) não foram realmente grandes, seja quanto às  guerras mesmas, seja quanto a outros aspectos”
Nesse sentido, Tucídides considera que os feitos da guerra de Tróia foram mais notáveis que  os anteriores, contudo, “(...) foi, como os fatos demonstram, inferior à sua fama e à repercussão que  até hoje, graças à influência dos poetas, tem continuidade” Nesse sentido, Políbio adota uma postura já presente em Heródoto,  mais valorizada por Tucídides e por ele reforçada: a investigação através dos “olhos”, pois entre a  audição e a visão considera essa mais verdadeira.
   A escrita da história de Tito Lívio se caracteriza pela presença dos elementos que deveriam, aos olhos de Cícero, fazer parte de um discurso oratório;
A guerra é, por excelência, o tema da épica e depois de Heródoto e Tucídides estará
se constituindo também como tema da história. Xenofonte, Políbio, César, Tito Lívio e Salústio  escreverão sobre guerras e revoluções que, segundo Momigliano, não distinguiam com  facilidade.

   Nesse sentido, se entre os escritores gregos, nota-se uma preocupação em discutir a relação entre história e poesia, exercício promovido por Tucídides, Aristóteles e Políbio, em Roma muitos  deles se preocuparam em comentar a relação entre história e oratória.